JOÃO SANTOS, treinador da equipa de sub-17 do Casa Pia, falou com a PLAYERS OF FUTURE e abriu o coração para falar sobre os mais variados temas como por exemplo a experiência gratificante de trabalhar com as camadas jovens, de sentir-se como um pai para os jogadores, da forte importância da família no seu percurso, de jogos inesquecíveis, de Mourinho e Guardiola, entre outros temas que demostram o carácter e reconhecimento de um treinador que tem merecido a atenção de vários quadrantes devido às suas qualidade humanas e desportivas.
- Sente-se um pai para os jogadores? Apoia-os incondicionalmente?
- Sim claramente, sinto-me como um pai para os jogadores, grito quando é preciso, brinco quando é possível e temos tido sempre grupos muito unidos e focados num mesmo objetivo, somos uma família. O que mais me é gratificante é ficar com a amizade dos jogadores que foram treinados por mim. Ainda hoje falam desses tempos e que têm saudades... Para mim, é muito gratificante esse reconhecimento.
- Quais ou qual o melhor jogador com quem trabalhou?
- Para mim, os jogadores são todos iguais, claro que uns com mais qualidade do que outros, mas só qualidade individual hoje no futebol não chega... Tenho escolhido os jogadores que gostam de trabalhar e vão ao encontro da nossa ideia de jogo, por isso, para mim os escolhidos são todos especiais.
- Pode revelar algum episódio ou episódios que o tenham marcado ao longo da sua carreira?
- Sim, claro. Tenho alguns muito bons e outros menos bons, mas guardo sempre positivamente para outros tempos... Lembro-me dos episódios marcantes, quando subi de divisão em vários escalões, quando treinava o meu filho e tinha que ouvir certas coisas menos agradáveis e injustas, e outras que são mais positivas do que negativas.
- Qual o jogo ou jogos com mais o significado esta temporada?
- O desafio que mais me marcou este ano, positivamente foi o jogo em Guimarães e no Seixal com o Benfica, fizemos um jogo excecional e merecíamos ter tido outro desfecho, mas o futebol têm coisas que não controlamos e por vezes é injusto.
- E um golo inesquecível?
- Pela emoção foi o golo com o Estoril-Praia que surgiu no último segundo, deu-nos a vitória e levou praticamente a equipa à fase final do campeonato
- Como se define dentro e fora das quatro linhas?
- Fora do campo sou completamente diferente daquilo que sou em jogo, quem me conhece diz que me transformo noutra pessoa (sorrisos). Mas sempre com respeito, procuro sempre o melhor para o clube que represento e que paga para ter resultados. É nisso que luto em todos os jogos.
- A vida de treinador não é fácil a vários níveis. A família apoia-o?
- A minha família têm sido o meu grande alicerce, o meu grande apoio... Sabem que faço aquilo que gosto e dão-me todo o apoio necessário para ter sucesso. As minhas conquistas vão todas para a minha família, apesar de que quem têm ficado a ganhar comigo são os clubes que representei.
- De que forma contribuiria para a existência de um mundo melhor?
- Mudava não ser necessário haver dinheiro, que é o grande foco de todas as guerras e falsidades entre as pessoas.
- E no futebol?
- Bom, gostava também que no futebol os treinadores fossem valorizados e promovidos pelos resultados dos seus trabalhos e não por «cunhas» e «amigos» que sem nada terem feito e ganho, têm as oportunidades de uma vida.
- Quem gostaria de conhecer, futebolisticamente falando…?
- Gostava muito de conhecer o Guardiola e o José Mourinho. São treinadores dos quais tento beber todos os dias das suas melhores características, um mais na parte psicológica do rendimento do jogador e outro pela tática e dinâmica que mete no campo.
- Para terminar, uma pergunta sacramental: Até onde pode chegar o Casa Pia no Nacional de sub-17?
- Casa Pia vai chegar ao melhor lugar possível. Lutamos em todos os jogos para alcançar pontos e temos estado em todos os jogos com o mesmo pensamento, sabemos das diferenças mas vamos continuar a procurar a nossa melhor classificação.
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